sexta-feira, fevereiro 16, 2007



Anjo sem asas

O sol acorda sorrindo
ao menino
de olhos fundos.
a ferro e fogo
espancado
estômago gargalha.
olhar insano
do destino corrompido
infância queimada
pobre menino
café com pão
manteiga não
contido o sorriso
pegadas de dor
na corrida do sonho
café com pão
comida não
um silêncio noturno
traz no olhar...
nem café nem pão.

Cláudia Gonçalves e Benvinda Palma

4 comentários:

Julio Sampietro disse...

Desculpe a falha. Mas comentei no outro blog com muito carinho. Agora sim, te encontrei... "Café com pão, manteiga não." Admiravelmente lindo e verdadeiro. Nunca fiz parceria e valorizo muito duas cabeças voltadas ao mesmo horizonte, encontrando-se nas mesmas entrelinhas. Beijos e Parabéns pelo lindo e veridico poema ÄNJO SEM ASAS".

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Lindo...e triste!... Sim, se tamanha não fosse a ganância humana, se maior fosse o lugar da poesia nos corações humanos, também haveria muito mais espaço para repartir manteiga, luas e pães!...

Anônimo disse...

Só poderia ser obra de Claudia e Benvinda, Simplemente belo a pura verdade descrita poéicamente! Aplausos as duas com direito a ramalhete de flores campestres!!
Ludiro.

Concha Rousia disse...

Como é bom teu abraço poético
como o mundo que vai em mim
se deixa apanhar em teu colo de palavras...
sabendo que tu nunca iras deixar cair
minha alma ao frio chão deste inverno, ocidental, despiedado...
tua intensa poesia me faz tremer
e sentir frio ao ver tanto calor humano
que está sendo desperdiçado...

Beijinhos Almamiga...