segunda-feira, novembro 26, 2007



Breve

houve
um tempo
em que
o momento
voou
e passou
em silêncio

Cláudia Gonçalves


quinta-feira, novembro 22, 2007



Pupila

de repente

num piscar
o que era geleira
abriu-se
em chamas

a luz do teu olhar
despiu meus medos


é laço forte
que aperta
desperta
de um grito mudo

ecoando
até o infinito

Cláudia Gonçalves

quarta-feira, novembro 21, 2007



Preciosidade

no
baú
dos
meus
encantos
te
guardei
nele
te
trago
te
leio
te
verso
e
parto
pro
meu
porto

Cláudia Gonçalves

segunda-feira, novembro 19, 2007




Pele de jornal

No silêncio
que guarda
no armário do nada

um gole de esperança
vestido de solidão
pinta-se de coragem

e com um amargo
sal nos olhos
mais um dia termina
com gosto de não vivi

Cláudia Gonçalves


Inquietude

de toda
a estranheza
que me invade
entrego-me
a nudez
da poesia

Cláudia Gonçalves

terça-feira, novembro 13, 2007



Desencontro

por onde
não andei
estava
seu rastro

quando
adormeci
você passou

sem perceber
os sulcos
deixados
no caminho

Despertei
enquanto
o sol...
...ainda
dormia

Cláudia Gonçalves

quarta-feira, novembro 07, 2007



vazio

Em pétalas
desfaço-me

e do avesso
...sentindo
o beijo do vento
exalando vanilla
a inundar o papel
em branco

com sabor
de mil folhas
o desejo vacila

quebrando o vazio
da marcha perdida
no sopro do tempo
nos labirintos da vida

Cláudia Gonçalves

sábado, novembro 03, 2007



enGano

...no ônix
do teu olho
vi um céu
de azul
sem fim

no teu porto
...um mar
de calmaria

rosas
sem espinhos
...só eu via

e ao despertar
...vi sangrar
a maresia

Cláudia Gonçalves